terça-feira, 1 de março de 2011

Ocupação da Reitoria - UFAL










HISTÓRICO

A Universidade Federal de Alagoas, enquanto instituição federal, encontra-se diante de um desafio: exercer plenamente sua importância estadual e definir sua missão social, exprimindo-se como agente de desenvolvimento. Este desafio é evidenciado por indicadores sociais e econômicos desfavoráveis que fazem de Alagoas o estado com menor desenvolvimento social (IBGE, censo 2000). Dentre os diversos objetivos da interiorização destacam-se: considerar e atuar sobre as particularidades, valores e problemáticas locais e possibilitar o estabelecimento de relações da comunidade acadêmica com a sociedade, através de ações de extensão, além de contribuir, sem substituir o papel do poder público, com a melhoria da qualidade de vida das comunidades locais.

Assim, de forma a vencer esse desafio, o curso de Medicina Veterinária da UFAL – Pólo de Viçosa – AL, foi concebido numa proposta inovadora de interiorização da universidade brasileira, levando consigo a atenção à realidade local, visando a formação de Médicos Veterinários generalistas, humanistas, científicos e reflexivos, aptos a atuarem em prol ao desenvolvimento regional como um todo. Seu processo de implantação teve início no ano de 2006, com atividades executadas em turno integral (diurno), com carga horária total de 5.520 horas e atualmente conta com 166 alunos, 13 docentes (7 doutores, 6 mestres) e 8 funcionários, estando localizado na Fazenda São Luiz, zona rural do município de Viçosa-AL.

Como em toda inovação, várias dificuldades foram observadas durante a implantação do mesmo, como precariedade de acesso, ausência de alojamento dos estudantes e falta de estruturação física. Assim, constantemente foram elaborados metas e contingências a serem cumpridas ou superadas visando o crescimento do curso e desenvolvimento da comunidade acadêmica envolvida, refletindo na transmissão de conhecimentos que culminasse com benefícios para a comunidade local, sempre com apresentação à gestão. Todavia, nesses quatro anos, poucos avanços foram percebidos, principalmente no aspecto de estrutura física. A ausência de um projeto/plano diretor, bem como os reveses observados nas obras licitadas, faz do curso um dos com maior deficiência de estrutura física do país, mesmo quando comparados a outros cursos implantados em programas de interiorização/REUNI com idade similar à nossa, fator esse de grande peso quando da recente avaliação do Curso para fins de reconhecimento, sendo esta avaliação partícipe do atual clima de insatisfação do corpo discente, docente e técnico administrativo.

JUSTIFICATIVAS

Considerando:

- A ausência de conceito, num primeiro momento, do curso de Medicina Veterinária, de acordo com a Comissão de Avaliação do MEC;

- A falta de estrutura e equipamentos para o desenvolvimento do curso e práticas de atividades relacionadas à profissão;

- O constante atraso/suspensão das obras referentes à execução das atividades acadêmicas;

- A ausência de uma residência universitária;

- O isolamento político-administrativo do curso;

- As dificuldades relacionadas aos trâmites e prazos para entrega de documentos e encaminhamentos de processos em tempo hábil;

- A pouca atenção administrativa dispensada pelo Campus Arapiraca e A.C. Simões à Unidade de Ensino Viçosa;

- O grande número de disciplinas ministradas por professor;

- As dificuldades de ajustes na grade curricular, devido à obrigatoriedade de se trabalhar dentro de eixos;

- Temores em relação ao o provimento de verbas a partir de 2011, considerando-se o fim das verbas específicas para interiorização;

- A insatisfação da maioria do corpo acadêmico (docentes, discentes e técnicos administrativos) do curso com sua atual situação e a relativa inércia para resolução dos problemas;


DECIDE-SE

Conforme estabelecido em assembléia cuja notificação foi encaminhada a Coordenação do curso de Medicina Veterinária, Unidade de Ensino Viçosa, decidiu-se pela paralisação das atividades acadêmicas nesta unidade em virtude da falta de infra-estrutura, condições adequadas de ensino, além do embargo e não execução de obras de caráter fundamental ao bom funcionamento do curso.


DEMANDAS

- Retomada urgente das obras do Hospital Veterinário (Obra oficialmente embargada);

- Abertura de processo de licitação das obras dos laboratórios específicos (Microbiologia, Parasitologia, Patologia Clínica, Doenças Infecciosas, Inspeção e Tecnologia de alimentos, Histopatologia e Nutriçao), laboratórios estes que já tiveram seus projetos e listas de equipamentos enviadas, porém até a presente data nenhum entrou em processo de licitação;

- Envio de materiais para condução de aulas práticas, tendo em vista a escassez de recursos para execução das mesmas, prejudicando diretamente a qualidade de ensino, além de por em risco quesitos como segurança pessoal, biosseguridade, entre outros de relevância equivalente;

- Estruturação de todo o curral de manejo de bovinos, sendo este inapropriado para contenção destes animais, sendo necessária a aquisição de um brete de contenção adequado;

- Melhoria do acesso a Fazenda São Luiz, em fatores como iluminação, pavimentação da estrada, haja visto que em períodos como o inverno, torna-se a mesma intransitável;

- Abertura urgente de edital vagas para professor, tendo em vista a altíssima relação professor/aluno, como também a demanda que o curso tem em relação as especialidades da área, não sendo assim possível um mesmo professor lecionar várias disciplinas que não competem a sua formação acadêmica;

- Colocação de uma linha telefônica dentro da unidade;

-Aquisição de equipamento para apoio às aulas como data show, cujos existentes na faculdade (03 no total) apenas 01 em funcionamento e em numero insuficiente para contemplar aulas necessárias;

-Manutenção de água mineral para consumo de alunos e Professores, tendo em vista que a água fornecida atualmente é reconhecida por documento da Secretaria de saúde local como imprópria para consumo;

-Reconhecimento imediato do plano diretor do curso;

Comunicamos a paralisação das atividades acadêmicas no Pólo Viçosa em virtude da falta de infra-estrutura, condições adequadas de ensino, além do embargo e não execução de obras de caráter fundamental ao bom funcionamento do curso.

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