quarta-feira, 30 de março de 2011

Nota d@s estudantes da UESB

No dia 29 de março de 2011, nós, estudantes de diversos cursos da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, fomos às ruas para mostrar nossa indignação com a situação em que se encontra a universidade pública. Fizemos manifestações durante todo o dia, paralisando as atividades acadêmicas da universidade em todos os turnos e marchando pela avenida Olívia Flores, além de realizarmos assembleias para decidir os rumos da nossa organização. A manifestação contou com a participação de mais de 300 estudantes. Os estudantes dos campi de Itapetinga e Jequié também estão mobilizados e paralisaram a universidade nesse mesmo dia. Além da nossa pauta histórica por assistência estudantil e por melhores condições estruturais e administrativas na universidade, reivindicamos contra a atual política educacional do Governo do Estado.

Em 09 de fevereiro deste ano, o Governo da Bahia editou o decreto 12.583/11 e, pouco tempo após, a Portaria 001 que o regulamenta. Cortando verbas para as empresas públicas, o decreto impede a contratação de professores substitutos (impedindo a saída dos professores para qualificação) e a mudança de regime de trabalho de professores para Dedicação Exclusiva (diminuindo a disponibilidade de professores para a pesquisa e extensão). Além disso, corta gastos com água, energia, xerox, cursos, seminários, capacitação e treinamento dos servidores públicos, telefone, assinatura de revistas e jornais, ônibus e demais veículos da universidade. Tais contenções chegam a 30%!!! Essas disposições irão piorar ainda mais as condições já precárias das universidades baianas, além de ferir a autonomia universitária. Isso demonstra qual lugar ocupa a educação no rol de prioridades do governo, e qual o projeto de educação ele implementa – o de total esfacelamento da universidade pública.
Diante disso, nossas reivindicações são:

  • Pela revogação imediata do decreto 12.583/11
  • Contra o aumento da tarifa de ônibus e pela melhoria dos serviços de transporte
  • Contra os preços abusivos e a comida de má qualidade das lanchonetes e do restaurante universitário
  • Por melhores condições na residência estudantil e pela reformulação, com participação dos estudantes, do seu edital que, por excesso de burocracia, impede o acesso aos estudantes
  • Pelo pagamento em dia das bolsas de auxílio, monitoria, pesquisa e extensão
  • Pela transparência acerca da administração do orçamento da universidade
  • Pela criação e manutenção de projetos de pesquisa e extensão
  • Pela construção de salas de aula e laboratórios que atendam à demanda estudantil
  • Pela regularização do quadro de professores (atualmente faltam 46 professores) e contratação de mais docentes
  • Pela diminuição do preço abusivo da xerox
  • Por melhores condições de acessibilidade e de infra-estrutura para os estudantes portadores de necessidades especiais
  • Pelo aumento imediato do número de livros da biblioteca


Em defesa de uma universidade pública, gratuita e de qualidade, contra o seu sucateamento e terceirização dos seus serviços!!!

MUDANÇA NO CALENDÁRIO DE PRÉ-ENCONTROS

Galera, fiquem ligad@s no novo calendário de pré-encontros de Alagoas rumo ao Erecom Salvador!


2º Pré-encontro

Tema: Democratização da Comunicação

Data 02/04

Horário:14hrs

Local: C.E.U. (Centro de Encontro Universitário – Praça Sinimbú)

3º Pré-encontro

Tema: Nossas raízes

Data: 09/04

Horário: 14hrs

Local: a confirmar

4º Pré-encontro

Tema: Qualidade de formação

Data 16/04

Horário: 14hrs

Local: Pça Marcílio Dias

terça-feira, 29 de março de 2011

Enecos apóia luta dos estudantes da UESPI

A Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos) está presente e apóia a luta dos estudantes da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) que estão neste momentos dentro da reitoria, pressionando a decisão do Conselho Universitário (ConSun). O descaso do Governo do Estado com esta Universidade tem gerado um sucateamento do ensino e é em defesa deste que estudantes, assim como professores e técnicos tem se mobilizado.

A luta contra a implementação do Novo Enem (SiSu) é importante e não é uma luta isolada. Lutamos antes de tudo pelo fim do vestibular, uma vez que defendemos o acesso universal a um ensino público de qualidade. Infelizmente o Enem está longe de ser o proclamado ‘fim do vestibular’, ele não muda o caráter excludente da seleção.

O Novo Enem privilegia estudantes que tem dinheiro de se mudar de uma cidade para outra, além de estabelecer uma prova nacional para todas as universidades, ignorando regionalidades (como é de praxe nas políticas educacionais brasileiras). Além disso ignora a necessidade de uma assistência estudantil que mantenha os estudantes cursando a graduação.

Além disso, a luta destes estudantes é em defesa da democracia nos processos de decisão universitária, uma vez que é com autoridade e truculência (inclusive com ameaças físicas aos estudantes) que a Reitoria e seus comparsas tentam a aprovação do projeto.

Não queremos a substituição de um vestibular por outro. Acreditamos que a universidade deve se voltar para a sociedade, e para tanto, deve abrir suas portas para que todos possam estudar. Para isso é necessário mais investimentos na educação, pensando não somente o acesso, mas também a permanência dos estudantes na universidade.

28 de março de 2011

segunda-feira, 28 de março de 2011

Foi dada a contagem regressiva para o Erecom Salvador 2011


por Itamara de Almeida e Gustavo Marinho

No último sábado (26), o Coletivo ENECOS Alagoas realizou o primeiro dos cinco pré-encontros que irão ocorrer em Alagoas e que servem como requisito básico para a participação do estudante no ERECOM - Encontro Regional dos Estudantes de Comunicação Social.

Com uma temática voltada para as apresentações da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS), dos Centros e Diretórios Acadêmicos, Coletivo Estadual da Executiva e do Encontro que se aproxima, o pré-erecom foi marcado pela presença de estudantes ansiosos em conhecer mais a fundo o que lhes espera no mês de abril.

Além das apresentações, uma mostra de vídeos da executiva e dos últimos encontros nacionais também foi um ponto forte que serviu para conhecer algumas das pessoas que constroem o movimento estudantil pelo país e quais os motivos que levam essas pessoas a lutarem por uma nova comunicação.

O próximo pré-encontro já está marcado! Será dia 02 de abril, mais um espaço de organização da delegação alagoana rumo ao ERECOM Salvador que vai acontecer entre os dias 20 e 24 de abril na Universidade Católica de Salvador (UCSal) com o tema A comunicação como instrumento de combate e superação às opressões”.

As pré-inscrições já estão acontecendo nas faculdades de comunicação do estado. E é essencial a participação do estudante interessado em ir ao Erecom nos pré-encontros do seu estado!

Vamos nessa!

terça-feira, 22 de março de 2011

Inscrições do Erecom em Alagoas!

Fiquem ligad@s! As inscrições só podem ser feitas com essas pessoas aqui no estado!

UFAL: Gustavo Marinho - 96133314 - gustavomarinho_@hotmail.com
CESMAC: Camila Guimarães - 8834 8931 - camila_catharina@hotmail.com
FITs: Lituany de Almeida - 8801-5265 - lituany_natashi@hotmail.com
FAA: Filipe Melo - 9983 6544 - 8701 5451 - lipe_melo0107@hotmail.com

Vamo, que voamos!

Programação do Erecom Salvador!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Calendário de pré-encontros de Alagoas!

1º Pré-encontro

Tema: Apresentação do Encontro e da Enecos

Data 26/03

Horário: 13hrs

Local: casa da Mara (Cond. JARDIM ALAGOAS Bl A, apt 303 – na Rua do Shopping Farol)

2º Pré-encontro

Tema: Combate às Opressões

Data 02/04

Horário: 13hrs

Local: a confirmar

3º Pré-encontro

Tema: Qualidade de formação

Data: 09/04

Horário: 14hrs

Local: Praça Marcílio Dias

4º Pré-encontro

Tema: Democratização da Comunicação

Data 16/04

Horário:14hrs

Local: C.E.U. (Centro de Encontro Universitário – Praça Sinimbú)

P.S.: É necessária a participação em, no mínimo, três pré-encontros para garantir a ida ao encontro.

domingo, 20 de março de 2011

"A cidade das águas claras"

"O vento que rola das palmas
Arrasta o veleiro
E leva pro meio das águas de Iemanjá
E o mestre valente vagueia
Olhando pra areia sem poder chegar
Adeus, amor..."

Adeus.
Essa é a palavra que poderia definir tão bem o que os moradores da cidade de Branquinha-AL, passam desde que as águas claras do rio que banha a cidade, escureceu.
Vidas e com elas os sonhos, foram levados na enxurrada que afetou a cidade em junho do ano passado.
Como retirar da lama a memória de uma cidade construída com sorrisos e esperanças?
Como secar uma história?

Foi pensando no resgate dessa memória, que no segundo semestre de 2010, um grupo de universitários resolveu registrar através das lentes, depoimentos e lembranças dos moradores que montam o quebra cabeça da vida diariamente.
O grupo formado por estudantes de comunicação social e psicologia, e acompanhado por um professor da instituição, foi ao cenário das lembranças enterradas e ouviu histórias de fé e esperança.
Como o de uma dona de casa que foi arrastada pelas águas até a cidade vizinha, Murici, e diz ter ouvido "uma voz pedindo que eu acordasse...".

O documentário "A cidade das águas claras", com duração de 20 minutos, tem emocionado todos aqueles que assistem aos relatos dos moradores nostálgicos.
Mas não basta só registrar, é preciso devolver aos verdadeiros donos essa memória.

E isso aconteceu no último dia 19/03/2011, no centro da cidade de Branquinha, onde funcionava o comércio e o ponto de encontro dos moradores. Local em que as crianças brincavam e os adultos proseavam no final da tarde

Com as peças desse quebra cabeça se encaixando, os moradores agradeceram com sorrisos hidratados de lágrimas e o coração relembrando a fé.

E como canta tão bem Clara Nunes:
"Era um peito só
Cheio de promessa era só
Era um peito só cheio de promessa..."

Camila Guimarães.

Liberdade imediata para os 13 presos na manifestação contra a presença de Obama no Brasil!

No dia 18 de março, cerca de 400 manifestantes foram às ruas do Rio de Janeiro protestar contra a presença de Obama no Brasil, por entender que o presidente norte americano é o principal agente do imperialismo, por repudiar seus objetivos de ampliar o terreno para instalação das multinacionais e por defender o pré sal como um recurso do povo brasileiro.

De forma totalmente desequilibrada, a polícia reprimiu a manifestação que se desenvolvia de maneira pacífica e prendeu 13 ativistas, que seguem presos e estão sendo acusados de crimes inafiançáveis.

Não é possível que vivamos no Brasil este tipo de situação. Milhares de homens e mulheres deram suas vidas se enfrentando com a ditadura militar e lutando em defesa da liberdade de organização e de manifestação.

Nós, estudantes brasileiros temos orgulho desta história e conclamamos a todas as organizações sociais, entidades e autoridades de nosso país que movam o esforço possível para que esses 13 companheiros sejam soltos imediatamente, sem nada constar em seus antecedentes, preservando, assim, o direito democrático de livre organização e manifestação.

A Enecos, em todo sua história de militância, sempre primou pela liberdade de expressão e o direito de se manifestar. É por sua identificação com os estudantes e principalmente com a classe trabalhadora desse país que nossa executiva se posiciona pela imediata soltura dos presos políticos do ato contra Obama. Não podemos mais aceitar a criminalização dos movimentos sociais! Não é crime se organizar e exigir seus direitos!

quarta-feira, 16 de março de 2011

Conheça @s mobilizadores do Erecom Salvador!

Alagoas:
Gustavo Marinho - (82) 96133314 - gustavomarinho_@hotmail.com
Camila Guimarães - (82) 8834 8931 - camila_catharina@hotmail.com

Sergipe:
Irlan Simões - (79) 98285472 - irlan.simoes@hotmail.com
Geilson Santos - (79) 98284719 - geilsonsantos@hotmail.com
Talita Moraes - (79) 99636601 - litacontemp@gmail.com

Bahia
Vitória da Conquista:
Everton Santana tonssantana@gmail.com / (77) 9121-6386 ou (77) 8839-5683

Salvador:
Andrea Chaves - drealinda@gmail.com / 8747 7262
Josevaldo Campos - josevaldopt@gmail.com / 9287 7507
Leandro Monteiro(Chocolate) - leandromonteiro.ucsal@gmail.com / 8729 4686 / 8271 9661
Fernanda Ceuta - fernandaceuta@gmail.com / 8107 1648

Conceição do Coité:
Kaio Macedo - kaio1.macedo@hotmail.com - (75) 91460828 ou 91897514

Ilhéus:
Karen Oliveira - karen.baiana@hotmail.com - (73) 88430420

segunda-feira, 14 de março de 2011

ERECOM Salvador 2011!

Salve Salvador! 2011 é o ano da capital da Bahia sediar o Encontro Regional d@s Estudantes de Comunicação Social - ERECOM. Com o tema: "A comunicação como instrumento de combate e superação às opressões" o encontro acontecerá do dia 20 ao dia 24 de abril na Universidade Católica de Salvador - UCSAL.
A ENECOS - Regional Nordeste 1 (Alagoas, Sergipe e Bahia) convida a tod@s @s estudantes de Comunicação Social a participarem do encontro!

As pré-inscrições já estão abertas! Até o dia 03 de abril, no valor de R$50,00! Entre em contato com a mobilização do seu estado e garanta sua ida ao Erecom 2011!

Fiquem ligad@s na mobilização aqui em Alagoas!

Contatos dos mobilizadores estaudais:

Gustavo Marinho 82 88179326 / 96133314 (gustavomarinho_@hotmail.com)

Camila Guimarães - (82) 8834 8931 (camila_catharina@hotmail.com)

Breve calendário dos pré-encontros!

Vamos nessa!

terça-feira, 1 de março de 2011

Carta-chamado contra criminalização da pobreza e dos movimentos sociais.

A Enecos (Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social) tem enquanto uma das suas bandeiras históricas de luta o combate às opressões. Isto porque compreendemos que a comunicação social – e todas as habilitações que faz parte da mesma – cumpre certa função social, e para fazê-lo é necessário o mínimo entendimento da sociedade na qual estamos inseridos. Dessa forma, é nosso dever denunciar e lutar contra qualquer forma de opressão, seja ela do homem pelo homem ou mesmo da natureza pelo homem, a fim de chegarmos numa relação de sociabilidade cada vez mais humana, justa e igualitária.

Tradicionalmente, este debate tem sido estruturado através dos eixos de etnia, de gênero e do direito a diversidade sexual, estratificando e fragmentando muitas vezes uma questão complexa – a da opressão historicamente construída na sociedade capitalista, e que se aguça à medida que acontecem as reformas necessárias para a manutenção deste modelo socioeconômico tão contraditório e opressor. A centralidade do debate, então, não está em negar ou afirmar as opressões étnicas, sexuais, de gênero ou quaisquer outras que visualizamos (muito pelo contrario); mas sim em relacioná-las dialeticamente com as opressões diversas que são características marcantes do atual estágio de desenvolvimento da sociedade do capital. Assim como as opressões supracitadas, também é evidente o crescente processo de criminalização das camadas empobrecidas da sociedade, em especial a juventude, e de movimentos sociais organizados, seja da cidade ou do campo; numa clara perspectiva do Estado Brasileiro de marginalização e de extermínio para com aqueles que sofrem e que se opõem ao modelo social imposto por uma estrutura política ainda arcaica e excludente.

Toda essa política opressora a qual aderiu os dirigentes do Estado Brasileiro tem fundamentação política e econômica. Numa palavra: neoliberalismo. Mesmo que ainda disfarçada de um (não mais possível) neodesenvolvimentismo nacional. Após um período de crise estrutural do capital – historicamente localizado nas décadas de 60 e 70 do século passado -, houve toda uma resignificação de qual seria o papel do Estado na sociedade capitalista moderna. Se antes era concebido que o Estado tivesse um papel central na seguridade social, e para isso, seriam necessários investimentos em setores de interesse publico como saúde, educação, comunicação e transporte; a partir dali, na formulação neoliberal, todos esses direitos entravam no âmbito do mercado, regido pela mesma lógica de mundialização da economia, e o papel do Estado seria “mínimo” na garantia de direitos, e máximo na facilitação dos fluxos de capital, vide as políticas de abertura e regulação fiscal, e na repressão daqueles que se colocarem diante da nova política. Toda essa formulação ganha corpo principalmente na década de 80, nas políticas dos Estados capitalistas avançados, a exemplo de Margaret Tatcher na Inglaterra, e Ronald Regan nos EUA; e a partir daí, e principalmente pós queda do Muro de Berlin, essa ideologia é disseminada para todo o mundo, em especial para o Ocidente.

Assim, quando presenciamos políticas de Estado, como a recente invasão nas comunidades do complexo do Alemão, com instalação das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPP's, verdadeiras polícias-políticas) – mais nova política de segurança do Governo Federal, Dilma/PT -, ou ainda como as recorrentes remoções das comunidades de trabalhadores pobres e negros do seu local de moradia em nome dos Mega-Eventos Esportivos que o Brasil receberá, devido à uma concepção de "cidade de negócios"; não podemos deixar de fazer a denúncia da opressão que isto significa, e de jogar a contradição para este Estado que tanto oprime negros, pobres, homossexuais e mulheres, quanto indígenas, quilombolas, migrantes e imigrantes, movimentos sociais e todos aqueles que ainda acreditam que ainda há opção para a sociedade senão a barbárie.

É a partir dessa perspectiva, de colocar o Estado Brasileiro no banco dos réus, que nós da ENECOS deliberamos no último congresso da Executiva a construção do Tribunal Popular – frente de atuação de diversos movimentos sociais que pautam a contradição deste Estado e o embate direto e não puramente institucional. Compreendemos que nesse momento difícil da luta política, as grandes dificuldades são reconhecer quem é o nosso real inimigo – o Capital, e consequentemente seus gestores –, e colocar na mesma frente todos os movimentos que partam da mesma visão anticapitalista e anti-opressora, apostando na unidade para convergência de processos de luta e de acumulo político que nos possibilite a real disputa da hegemonia social. Por isso viemos através desta carta fazer um chamado a todos os movimentos sociais, executivas e federações de curso, para nos juntarmos em mais essa luta por uma sociedade anti-opressora, mais igualitária e quem sabe livre das amarras do capital.
ENECOS - Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social

Ocupação da Reitoria - UFAL










HISTÓRICO

A Universidade Federal de Alagoas, enquanto instituição federal, encontra-se diante de um desafio: exercer plenamente sua importância estadual e definir sua missão social, exprimindo-se como agente de desenvolvimento. Este desafio é evidenciado por indicadores sociais e econômicos desfavoráveis que fazem de Alagoas o estado com menor desenvolvimento social (IBGE, censo 2000). Dentre os diversos objetivos da interiorização destacam-se: considerar e atuar sobre as particularidades, valores e problemáticas locais e possibilitar o estabelecimento de relações da comunidade acadêmica com a sociedade, através de ações de extensão, além de contribuir, sem substituir o papel do poder público, com a melhoria da qualidade de vida das comunidades locais.

Assim, de forma a vencer esse desafio, o curso de Medicina Veterinária da UFAL – Pólo de Viçosa – AL, foi concebido numa proposta inovadora de interiorização da universidade brasileira, levando consigo a atenção à realidade local, visando a formação de Médicos Veterinários generalistas, humanistas, científicos e reflexivos, aptos a atuarem em prol ao desenvolvimento regional como um todo. Seu processo de implantação teve início no ano de 2006, com atividades executadas em turno integral (diurno), com carga horária total de 5.520 horas e atualmente conta com 166 alunos, 13 docentes (7 doutores, 6 mestres) e 8 funcionários, estando localizado na Fazenda São Luiz, zona rural do município de Viçosa-AL.

Como em toda inovação, várias dificuldades foram observadas durante a implantação do mesmo, como precariedade de acesso, ausência de alojamento dos estudantes e falta de estruturação física. Assim, constantemente foram elaborados metas e contingências a serem cumpridas ou superadas visando o crescimento do curso e desenvolvimento da comunidade acadêmica envolvida, refletindo na transmissão de conhecimentos que culminasse com benefícios para a comunidade local, sempre com apresentação à gestão. Todavia, nesses quatro anos, poucos avanços foram percebidos, principalmente no aspecto de estrutura física. A ausência de um projeto/plano diretor, bem como os reveses observados nas obras licitadas, faz do curso um dos com maior deficiência de estrutura física do país, mesmo quando comparados a outros cursos implantados em programas de interiorização/REUNI com idade similar à nossa, fator esse de grande peso quando da recente avaliação do Curso para fins de reconhecimento, sendo esta avaliação partícipe do atual clima de insatisfação do corpo discente, docente e técnico administrativo.

JUSTIFICATIVAS

Considerando:

- A ausência de conceito, num primeiro momento, do curso de Medicina Veterinária, de acordo com a Comissão de Avaliação do MEC;

- A falta de estrutura e equipamentos para o desenvolvimento do curso e práticas de atividades relacionadas à profissão;

- O constante atraso/suspensão das obras referentes à execução das atividades acadêmicas;

- A ausência de uma residência universitária;

- O isolamento político-administrativo do curso;

- As dificuldades relacionadas aos trâmites e prazos para entrega de documentos e encaminhamentos de processos em tempo hábil;

- A pouca atenção administrativa dispensada pelo Campus Arapiraca e A.C. Simões à Unidade de Ensino Viçosa;

- O grande número de disciplinas ministradas por professor;

- As dificuldades de ajustes na grade curricular, devido à obrigatoriedade de se trabalhar dentro de eixos;

- Temores em relação ao o provimento de verbas a partir de 2011, considerando-se o fim das verbas específicas para interiorização;

- A insatisfação da maioria do corpo acadêmico (docentes, discentes e técnicos administrativos) do curso com sua atual situação e a relativa inércia para resolução dos problemas;


DECIDE-SE

Conforme estabelecido em assembléia cuja notificação foi encaminhada a Coordenação do curso de Medicina Veterinária, Unidade de Ensino Viçosa, decidiu-se pela paralisação das atividades acadêmicas nesta unidade em virtude da falta de infra-estrutura, condições adequadas de ensino, além do embargo e não execução de obras de caráter fundamental ao bom funcionamento do curso.


DEMANDAS

- Retomada urgente das obras do Hospital Veterinário (Obra oficialmente embargada);

- Abertura de processo de licitação das obras dos laboratórios específicos (Microbiologia, Parasitologia, Patologia Clínica, Doenças Infecciosas, Inspeção e Tecnologia de alimentos, Histopatologia e Nutriçao), laboratórios estes que já tiveram seus projetos e listas de equipamentos enviadas, porém até a presente data nenhum entrou em processo de licitação;

- Envio de materiais para condução de aulas práticas, tendo em vista a escassez de recursos para execução das mesmas, prejudicando diretamente a qualidade de ensino, além de por em risco quesitos como segurança pessoal, biosseguridade, entre outros de relevância equivalente;

- Estruturação de todo o curral de manejo de bovinos, sendo este inapropriado para contenção destes animais, sendo necessária a aquisição de um brete de contenção adequado;

- Melhoria do acesso a Fazenda São Luiz, em fatores como iluminação, pavimentação da estrada, haja visto que em períodos como o inverno, torna-se a mesma intransitável;

- Abertura urgente de edital vagas para professor, tendo em vista a altíssima relação professor/aluno, como também a demanda que o curso tem em relação as especialidades da área, não sendo assim possível um mesmo professor lecionar várias disciplinas que não competem a sua formação acadêmica;

- Colocação de uma linha telefônica dentro da unidade;

-Aquisição de equipamento para apoio às aulas como data show, cujos existentes na faculdade (03 no total) apenas 01 em funcionamento e em numero insuficiente para contemplar aulas necessárias;

-Manutenção de água mineral para consumo de alunos e Professores, tendo em vista que a água fornecida atualmente é reconhecida por documento da Secretaria de saúde local como imprópria para consumo;

-Reconhecimento imediato do plano diretor do curso;

Comunicamos a paralisação das atividades acadêmicas no Pólo Viçosa em virtude da falta de infra-estrutura, condições adequadas de ensino, além do embargo e não execução de obras de caráter fundamental ao bom funcionamento do curso.