quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Trabalhadores rurais ocupam Porto de Maceió

por Fran Ribeiro
Trabalhadores rurais dos cinco principais movimentos pela reforma agrária ocupam desde o início da manhã desta quinta-feira, 10, o Porto de Maceió, no bairro do Jaraguá. Trabalhadores da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) e o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), protestam, sobretudo, contra a violência no campo.
Além da violência, os trabalhadores protestam contra a destruição de 100 hectares de alimentos e o despejo de 200 famílias camponesas no mês de janeiro, que estavam produzindo e sobrevivendo do trabalho na terra há vários anos. Segundo o assessor de comunicação do MST, Rafael Soriano, os trabalhadores querem ser reconhecidos como tais e que o movimento não seja criminalizado. ”A ocupação no Porto de Maceió é um protesto contra a criminalização do movimento pelo Governo. Em um ano, mais de 500 famílias perderam seus direitos de trabalhar. Nós queremos a anulação de todas as reintegrações de posse, para que as famílias possam ter onde morar e tirar seu sustento”.
Sem alternativa de sobrevivência e sem ter para onde ir, os movimentos rurais culpam os grandes empresários do agronegócio pela expulsão do homem do campo para as cidades e a ampliação da miserabilidade. ”O protesto está concentrado no Porto, justamente, por ser o principal meio de escoamento das usinas do Estado. Com isso, esperamos chamar a atenção do Governador Teotônio Vilela, e que ele nos receba. É importante frisar que a reforma agrária é urgente e que além de beneficiar as famílias sem terra, com condições de trabalho, elas também poderão contribuir para o aumento da economia do Estado”, conclui. A fila de caminhões que foram impedidos de entrar no Porto, já deixa o trânsito lento no local.

De acordo com Soriano, o Governo já sinalizou uma conversa com os trabalhadores, mas através do Gabinete Civil. ”Nós queremos falar diretamente com o Governador. Até lá, continuaremos ocupando o Porto”.

Além dos trabalhadores sem terra, estudantes universitários, partidos de esquerda, cortadores de cana e centrais sindicais estão participando das reivindicações. A previsão é que mais pessoas participem da ocupação agora à tarde
.
Fonte: http://www.primeiraedicao.com.br/index.php?pag=maceio&cod=11047

Nenhum comentário:

Postar um comentário